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Créditos de carbono podem viabilizar novos empreendimentos

Os créditos de carbono são mecanismos que podem auxiliar a concretização de usinas de energia alternativa no País e no Estado. Essa opinião é compartilhada pelo diretor da Enerbio Consultoria, Eduardo Baltar de Souza Leão, e pelo gerente de projetos da PTZ Bioenergy, Rodrigo Saraiva Dantas. Recentemente, a Enerbio Consultoria teve dois dos projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) que assessora registrados com sucesso na Organização das Nações Unidas (ONU) para a geração de créditos de carbono. São eles: as PCHs Moinho e Barracão, da Desenvix, e PCHs da Certel. As usinas gaúchas Moinho e Barracão terão capacidade instalada total de 25,7 MW e reduzirão um total de 107.909 toneladas de CO2 em sete anos, proporcionando um volume financeiro estimado em 1,3 milhão de euros para os empreendedores. Já as PCHs da Certel, denominadas Cazuza Ferreira e Rastro de Auto, também no Estado, somam uma capacidade instalada de 16,12 MW e projetam reduzir um total de 143.827 toneladas de CO2 em sete anos, gerando aproximadamente 1,7 milhão de euros para os investidores.

O gerente de projetos da PTZ Bioenergy também cita como possíveis pretendentes aos créditos de carbono a geração termelétrica a partir de resíduos provenientes de beneficiadoras de arroz (casca), como os resíduos florestais e de serrarias (cavaco, aparas de madeira). Dantas argumenta que um dos empecilhos para que aumente a produção de energia a partir da biomassa (queima de matéria orgânica) é o elevado custo de implantação de uma termelétrica. Porém, ressalta o gerente de projetos da PTZ Bioenergy, quando o produtor de arroz, por exemplo, adota essa ideia ele consegue retornar o investimento e ainda dar uma destinação adequada para o problema criado com os resíduos da casca. A geração também pode servir para suprir o consumo de energia do investidor como para venda a partir dos agentes comercializadores existentes no mercado.

Dantas comenta que o mercado de crédito de carbono pode auxiliar os empreendedores a tomarem a decisão de implantarem termelétricas alimentadas com biomassa. Para usufruir desse benefício, o investidor precisa provar que o empreendimento contribuirá para a redução de emissão de gases que provocam o efeito estufa e que não sairia do papel sem a ajuda do crédito.

Os créditos de carbono são viabilizados através do Protocolo de Kyoto que determina que países industrializados reduzam as emissões de gases do efeito estufa em 5% ante o registrado em 1990.O Brasil se beneficia com projetos de MDL, pelos quais empresas dos países industrializados podem comprar, de emergentes, créditos de carbono conhecidos como Reduções Certificadas de Emissões (RCEs) para completar suas metas de redução de emissão de gases. Cada RCE equivale a uma tonelada de CO2.

A PTZ possui experiência em anteprojetos de termelétricas e no desenvolvimento e negociação de créditos de carbono no mercado internacional. A empresa assessora 10 projetos em processo de obtenção dos créditos de carbono ou já conquistaram o benefício. A maioria deles trata-se de empreendimentos gaúchos e com biomassa. Dantas salienta ainda que nos próximos anos a perspectiva da implantação da cultura da cana-de-açúcar no Rio Grande do Sul criará mais uma alternativa para geração de energia a partir da biomassa.

Notícia publicada no Jornal do Comércio no dia 04/03/2010

Eduardo Baltar
eduardo@grupoecofinance.com.br
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