11 maio Enerbio na mídia: Além de Conceitos em Marketing Verde
Muito mais importante do que uma simples estratégia empresarial. O marketing ambiental, verde, ecomarketing e suas várias denominações, que “surgiu” na década de 70, é assunto cada vez mais presente nas organizações. Isso porque a atenção do mundo está voltada para a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento sustentavelmente é essencial para a continuação da vida.
O que mudou ao longo dos últimos anos quando se começou a falar em marketing ambiental foi como e para que usar essa ferramenta. Se antes uma empresa aproveitava o gancho de desenvolver práticas sustentáveis para se promover e ganhar credibilidade a mais com a sociedade, hoje a organização que não atua pensando no verde já tem credibilidade diminuída automaticamente.
Segundo o empresário Otaviano Maroja, sócio da Pot Gali e diretor Comercial da Best Western Solar Porto de Galinhas (PE), o mercado europeu, por exemplo, já bastante exigente nesta questão, só está aceitando adquirir produtos de organizações que se preocupam com o meio ambiente, mas o consumidor brasileiro também está chegando perto do mesmo padrão de exigência. “Acredito que daqui a 10 anos quem não estiver ‘adaptado’ vai perder mercado, pois o cliente vai comprar de quem investe em sustentabilidade”.
Atento a esse novo perfil de consumidores que já está mudando, a Port Gali Hotelaria e Turismo lança o novo Best Western Plus de Porto de Galinhas, um hotel totalmente verde no litoral Pernambucano. “Os turistas querem saber se o hotel está adaptado ao ecologicamente correto. Justamente vendo o aumento dessa demanda que pensamos em construir um espaço 100% com esse conceito”.
Entre as iniciativas, está a estação de tratamento de esgoto (ETE), que tratará de todo o sistema sanitário do hotel, sem o despejo dos resíduos no solo. Com a ETE, os detritos serão filtrados e tratados, transformando em água reutilizável que será usada, por exemplo, para regar os jardins. Os sólidos que sobrarem, cerca de 20 kg de pó por mês, será jogado no lixo, que terá sistema reciclável. “A água terá 98% de pureza. Além de não prejudicar o meio ambiente, já que estamos em uma praia, iremos economizar futuros gastos com o consumo de água”, conta Maroja.
Com previsão de lançamento para dezembro deste ano, o empreendimento terá, inicialmente, qualificação quatro estrelas, com 120 quartos, além de 20 opções de lazer. Segundo o empresário, “das suítes até as áreas comuns, tudo pensando para o melhor aproveitamento ecológico”, garante. Mas aplicar qualquer prática verde numa organização pode não ser eficiente, como avalia o consultor financeiro Ricardo Di Cavalcanti, diretor da Di Cavalcanti Associados (PE). “Fazer investimento só por fazer não é retorno garantido. Para agregar valor esse valor à marca tem que existir planejamento e uma boa gestão”, pontua.
Investimento direcionado para o meio ambiente, porém, não significa que é complicado ou somente para as grandes corporações. Di Cavalcanti conta que empresas de todos os portes podem e devem investir em sustentabilidade. Para isso, elas contam com linhas especiais de créditos para questões ambientais, como do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) o FNE Verde do Banco do Nordeste (BNB), entre outros.
Assim, “a sustentabilidade representa uma grande oportunidade mercadológica que pode proporcionar abertura de novos mercados, fidelização dos clientes, acesso a linhas diferenciadas de financiamento e benefícios para a imagem e credibilidade da empresa e/ou produtos”, explica o consultor. De acordo com o diretor da Enerbio – Soluções em sustentabilidade (RS), Eduardo Baltar, o conceito de sustentabilidade implica em retornos econômicos, sociais e ambientais.
Investir em soluções sustentáveis é investir em produtos ou serviços que remuneram os acionistas e investidores economicamente, contribuindo positivamente para a sociedade e respeitando e protegendo o ambiente para as futuras gerações. “Além disso, estamos num momento de evolução regulatória sobre a sustentabilidade, principalmente sobre a questão ambiental, como exemplo a Política Nacional de Combate às Mudanças do Clima e a Política Nacional de Resíduos Sólidos. O contexto regulatório tende a se tornar cada vez mais restritivo e, em um futuro próximo, algumas questões emergirão como obrigatórias”.
Baltar, da Enerbio, que atua em aliança com a Di Cavalcanti em vários projetos de sustentabilidade nacionalmente reforça ainda que essas práticas tem que ser reais, pois conceito só se fixará na mente do consumidor se ele for verdadeiro. “Não adianta tentar vender uma mensagem que não é verdadeira. A empresa deve primeiro se questionar o que ser sustentável em seu negócio”. Logo, a sustentabilidade deve estar permeada na estratégia de negócios da empresa e considerar os diversos stakeholders da empresa (acionistas, colaboradores, fornecedores, comunidade, Governos etc.).
Deve envolver processos empresariais, os produtos e serviços, as pessoas e os agentes externos. “Não adianta desenvolver uma grande estratégia de comunicação de marketing ambiental se a empresa não possui esse valor. Dessa forma, ele não se sustentará. O valor deve estar na estratégia de negócio. Dessa forma, o público consumidor entenderá o conceito e a imagem se fixará em sua mente”, finaliza o diretor.
PENSADO NA NATUREZA – A Natura carrega como um dos seus principais conceitos o uso sustentável da biodiversidade brasileira como plataforma de inovação. O curioso está como começou a marcar essa iniciativa, que foi diretamente através de um produto, do lançamento da linha Natura Ekos, em 2000. Segundo informações da assessoria de imprensa, já em 1983, foram pioneiros em usar refil em cosméticos no país.
“Em 2005, avançamos em nosso compromisso com a sustentabilidade ao substituir os insumos tradicionais de origem mineral (como derivados de petróleo) e animal por matérias-primas vegetais na formulação dos produtos. Os sabonetes têm massa 100% vegetal, à base de oleína de palma cultivada de forma sustentável”, informou o departamento de Marketing da Natura. Assim, a Natura vem se destacando no Brasil entre as empresas que mais investem em pesquisa e desenvolvimento no setor.
Já em 2010, Natura Ekos inaugura o seu maior projeto de sustentabilidade, com o lançamento dos novos sabonetes de murumuru, cupuaçu, maracujá e cacau, com 20% a 50% de óleo da biodiversidade brasileira. Com isso, a empresa passa a beneficiar mais 263 famílias, dobrando os recursos financeiros revertidos por ano. “Nosso principal desafio é reduzir as emissões de gases do efeito estufa até 2011 em 33% tendo como base o ano de 2006 e neutralizar as emissões de gases de efeito estufa em todos os nossos processos e atividades, desde a extração dos recursos naturais até a disposição dos produtos”, explica o Marketing da empresa.
Publicado na Revista ProNews
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