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Programa da ONU beneficia usinas gaúchas

Hidrelétricas que serão construídas pela Certel, entrarão no sistema de créditos de carbono

Duas usinas hidrelétricas que serão instaladas no Estado vão gerar mais do que energia. Para a Cooperativa Regional de Desenvolvimento Teutônia (Certel), os empreendimentos ainda trarão recursos extras por meio de sistema de crédito de carbono da Organização das Nações Unidas (ONU).

Para cada tonelada de gás carbônico (CO2) que deixar de ser emitida à atmosfera, a Certel receberá 10,5 euros (cerca de R$ 25). Registrada em janeiro na ONU, a Certel conquistou o direito de participar do programa por meio do plano de construção das hidrelétricas Rastro de Auto e Cazuza Ferreira, ambas com início das obras neste ano.

Os empreendimentos são alternativas de baixo impacto ambiental, se comparadas às termelétricas, por exemplo, que emitem altas taxas de gases durante o processo de queima do carvão.

Por conta disso, para cada tonelada de CO2 que deixar de ser emitida com as duas usinas, a Certel receberá os recursos correspondentes. O valor é pago por países que se comprometeram em reduzir níveis de emissão, pelo Tratado de Kyoto (leia mais no quadro abaixo).

Com expectativa de inauguração até o final de 2011, a Rastro de Auto será instalada entre São José do Herval e Putinga. A Cazuza Ferreira deve ser concluída em 2012 e ficará em São Francisco de Paula.

Segundo o diretor da Enerbio Consultoria, Eduardo Baltar, os projetos devem evitar a liberação de 20 mil toneladas do gás por ano. O Brasil conta com aproximadamente 160 projetos aprovados pela ONU. No mundo, são cerca de 2 mil.

Saiba Mais
Protocolo de Kyoto
– Assinado em 1997 em Kyoto, no Japão, o tratado que leva o mesmo nome estabelece a redução dos gases causadores do efeito estufa pelos países poluidores até 2012. O percentual de diminuição foi definido em 5,2% em relação aos níveis de 1990. O acordo entrou em vigor em 2005.
Crédito de Carbono
– Uma das alternativas encontradas pelas nações mais poluidoras, o sistema permite que os países adquiram toneladas de CO2 que deixarem de ser emitidas por outros, que estiverem reduzindo seus níveis.

– Se, por exemplo, um país tem como meta produzir cem toneladas de carbono, mas emite 110 toneladas, pode“comprar”, por meio de créditos de carbono, as 10 toneladas de outros países que conseguiram reduzir as suas emissões.

Matéria publicada na Zero Hora do dia 12/04/2010

Eduardo Baltar
eduardo@grupoecofinance.com.br
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