15 set Tragédia no Rio Grande do Sul: O Alerta das Mudanças Climáticas.

Em 4 de setembro, um ciclone extratropical atingiu mais de 100 cidades no Rio Grande do Sul, deixando um rastro de destruição nas regiões Norte, Serra e do Vale do Taquari. Aumento dos níveis dos rios, inundações, alagamentos provocaram resultados catastróficos. Até o momento, 47 vidas foram perdidas e mais de 20 mil pessoas estão desalojadas. Este é o terceiro ciclone a atingir o estado em apenas três meses.

É amplamente reconhecido pela comunidade científica que a intensificação de eventos climáticos extremos está diretamente relacionada ao aquecimento global. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) prevê um aumento na intensidade e frequência de chuvas e inundações em várias partes do mundo à medida que o planeta se aquece.

Se sabemos que eventos como este serão cada vez mais frequentes, o que podemos fazer para nos prepararmos?

A adaptação às mudanças climáticas é essencial. Adaptar significa ajustar nossos sistemas naturais e humanos para lidar com um clima em transformação, reduzindo e evitando danos potenciais. No entanto, o Rio Grande do Sul e muitos outros estados brasileiros carecem da resiliência e infraestrutura necessárias para enfrentar esses desafios, deixando as populações mais vulneráveis em constante risco.

É imprescindível que medidas sejam tomadas para preparar as cidades e proteger as populações das consequências das mudanças climáticas.

Nos últimos 16 anos, a Ecofinance participou de projetos em todo o Brasil que auxiliaram empresas e governos sub-nacionais em medidas, como:

• Mapeamento e cálculo das emissões de carbono das cidades e estados;

• Estudos de análise de risco e vulnerabilidade das cidades para identificar áreas sensíveis e prepará-las para essa nova realidade;

• Planos de Ação Climática para aumentar a resiliência aos efeitos das mudanças do clima e para a redução das emissões de carbono.

Apesar do crescente interesse da classe política e empresarial, ainda há uma grande distância entre retórica e ação efetiva. Precisamos de líderes empresariais e políticos comprometidos em priorizar ações concretas para combater o problema das mudanças climáticas.

As mudanças climáticas são um desafio complexo que exige a participação de toda a sociedade. É hora de nossos líderes compreenderem a urgência da situação e colocarem a ação climática no topo da agenda. Do contrário, ano a ano, lidaremos no RS e em outras regiões do país com repetições do que está acontecendo.

Temos tecnologia, capacidade e recursos para combater as mudanças climáticas, mas precisamos trabalhar juntos!