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As opções para compensar os impactos das emissões de CO2

Depois de realizado o inventário das emissões, a empresa depara com três principais possibilidades de compensação

Transformar as emissões de gases do efeito estufa (GEE) na atmosfera em um benefício para o planeta. A ideia do método que compensa é suprir, de alguma forma, o impacto gerado pelas empresas.

Do plantio de árvores até o investimento em energia limpa, o esforço é para dar um destino mais nobre às toneladas de carbono diagnosticadas no inventário. A escolha pelo método de compensação, porém, é uma decisão da empresa.

O critério que une as três principais formas de compensação é a adição de uma ação.

– Para compensar é preciso investir em algo realmente novo que beneficie o planeta – diz Eduardo Baltar da Enerbio.

Indo além da compensação, muitas empresas estão se mobilizando para aumentar a eficiência do processo produtivo, produzindo mais com menos gases liberados na atmosfera.

É o caso da Natura que, além de compensar suas emissões, aderiu ao programa Defensores do Clima do WWF-Brasil. Agora, o compromisso da empresa é reduzir em 33% as emissões relativas até o final de 2011 e em 10% as emissões absolutas até 2012.

Plantio de árvores

Embora seja uma das opções mais conhecidas e difundidas para a compensação de emissões de carbono, o plantio de mudas, quando realizado da forma correta, exige muito cuidado por parte da empresa. Na Enerbio, são exigidos de cinco a 10 anos de monitoramento das árvores após o plantio. Além disso, solo, clima, tamanho e espécie das árvores também são considerados no calcular da compensação.

Ainda assim, a ação não é imediata nem linear. Se as plantas forem monitoradas por menos tempo, um ano, por exemplo, terão de ser plantadas mais mudas. Muitas empresas optam por essa possibilidade, mesmo com as dificuldades impostas pelo monitoramento constante e pela necessidade área adequada próxima à sede da organização. Uma das justificativas é que o benefício do plantio de mudas para a imagem de empresa é imediata.

A empresa de segurança patrimonial Protecães optou por uma compensação diferente para o inventário de 2009. Além do plantio de árvores em parques e praças públicos de Cachoeirinha e Gravataí, também adquiriu créditos em um projeto de energia renovável. Somadas, as duas ações devem alcançar 375 toneladas de carbono.

Compra de créditos de carbono

Para adquirir créditos, as empresas têm duas possibilidades. O mercado regulado, formado pelos mecanismos do Protocolo de Kyoto, e o voluntário.

No primeiro caso, o protocolo permite a participação do Brasil por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Nele, as empresas com projetos que reduzam as emissões e tenham as suas metodologias de redução aprovadas pelo ONU podem vender crédito para outras empresas.

Mesmo com preço mais alto, essa opção pode agregar valor, pois tem mais credibilidade. Hoje, a cotação de um crédito de carbono via MDL está em torno de 12 euros. Cada crédito equivale à redução de uma tonelada de CO2.

Já no mercado voluntário, em que as empresas operam transações de redução de emissões sem a supervisão da ONU, o preço é um pouco menor e mais variável. Um crédito pode ser vendido por R$ 5 ou R$ 20, dependendo do projeto.

A unidade da ThyssenKrupp Elevadores em Guaíba (RS), por exemplo, começou a compensar seu inventário em dezembro de 2010. Por meio do Voluntary Carbon Standard, adquiriu 2.130 créditos em um projeto de energia renovável na cidade de Pinhal da Serra.

Um novo investimento

Para compensar os gases que libera na atmosfera, uma empresa pode investir em um projeto que compense suas emissões. O novo investimento pode ser relacionado ou não com a área de atuação da empresa. O importante é que seja algo novo e que reduza, de alguma forma, as emissões.

Investimentos em energia limpa como parques eólicos ou placas de energia solar são boas opções. Ações de cunho social como educação ambiental ou preservação de animais não são compensadores, no entanto, podem ser desenvolvidas de forma complementar a outro projeto. Muitas empresas optam por mantê-las em paralelo para reforçar a imagem positiva com o público.

A instalação de um centro de coleta e reciclagem para resíduos também é um exemplo de investimento que compensa as emissões de uma empresa. Para que o empreendimento valha como compensador, é preciso seguir critérios rigorosos e passar por uma auditoria. Todo esse processo costuma custar mais caro do que plantar árvores ou comprar créditos de carbono.

Matéria publicada no caderno Nosso Mundo Sustentável da Zero Hora do dia 10/01/2011

Eduardo Baltar
eduardo@grupoecofinance.com.br
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